O perigo mora nas conchas
Conus, os caramujos peçonhentos
Nas águas rasas dos recifes de corais, poças de maré e regiões litorâneas ao redor do Oceano Pacífico e Índico vivem lindos e pequeninos caramujos marinhos carnívoros cujas conchas são extremamente atrativas e apresentam lindos desenhos geométricos, faixas e linhas irregulares, suas próprias conchas apresentam uma forma geométrica semelhante a um cone, daí o nome do gênero. Esses são os caramujos do gênero conus, que contam com aproximadamente 600 espécies conhecidas e são conhecidos desde o período Eoceno.
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Arpão de veneno de um Conus sp. |
Estes lindos caramujos possuem a capacidade de picar presas e ameaças por meio de uma longa probóscide rosada que porta dentro de si uma rádula modificada ou dente hipodérmico em cuja a parte posterior está uma glândula de veneno. Esta probóscide fica à mostra quando o caramujo vai se alimentar. Ele captura suas presas, que podem variar entre outros caramujos, caranguejos, peixes, polvos pequenos e outros animais, aproximando esta tromba lentamente de maneira quase imperceptível das presas e então dispara o seu "arpão" carregado de veneno, que paralisa quase imediatamente sua presa. Um caramujo pode ter até 20 destes arpões em diferentes estágios de desenvolvimento, uma vez que cada vez que um é utilizado este é descartado e ele precisa recarregar cada vez que ataca.
Esta tromba é alongada o suficiente para atingir a parte traseira do animal, sendo assim colecionadores de conchas e crianças são vítimas comuns deste animal traiçoeiro e belo. A picada é dolorosa assim como a picada de uma abelha, mas apenas algumas espécies em geral as maiores, possuem veneno com a potência suficiente para matar humanos. A maioria causa uma dor severa ou tonturas e até mesmo efeitos relaxantes.
Os caramujos deste gênero são predadores por emboscada e ocasionalmente caçam ativamente suas presas. São destemidos e vagam pelos recifes sem medo de serem capturados por predadores, pois seu veneno os protege. Sua principal estratégia de caça é repousar enterrado na areia ou lama e esperar por alguma presa que passe.
Quando esta se aproxima ele estende sua probóscide até a vítima e ataca. O efeito é imediato e a vítima é então puxada para a boca do animal que se alarga para que a presa caiba. Esta é então engolida em poucos segundos e então o caramujo fecha-se em sua concha para digerir seu alimento.
O veneno

Diferenças entre as quantidades de veneno. Esquerda - Predação, direita - Defesa

O veneno de um caramujo do gênero Conus é uma mistura potente de peptídeos e age da seguinte maneira: Segundos após a picada, o sistema nervoso é logo afetado, por meio do bloqueio dos canais iônicos pelas chamadas Conotoxinas e com esse bloqueio o tráfego de sinais cessa e isso causa uma paralisia. A paralisia é uma maneira de o caracol se alimentar, pois os efeito excitotóxicos fazem com que todos os músculos fiquem rígidos de uma única vez. A paralisia flácida deixa o corpo completamente relaxado, mas inerte. Em seguida ocorrem as paradas respiratórias e por fim a parada cardíaca. Que pode causar a morte em alguns minutos, dependendo da potência e quantidade de veneno injetado.
Quando esses acidentes ocorrem debaixo da água, o risco maior é o afogamento.
Antídotos
Caso você chegue a perguntar "o veneno tem antídoto?", Não. O veneno desses caramujos não possui um antídoto conhecido, mas existem pesquisas sobre este tópico e sabe-se que o veneno destes caramujos pode ser tanto benéfico quanto maléfico, visto que são raros os acidentes fatais envolvendo estes seres.
Principais espécies
Os caramujos desse gênero, como já foi deito antes são variadíssimos em espécies, mas mostraremos aqui algumas das principais espécies. Sendo estas as mais perigosas cujo contato deve ser evitado a todo custo.
Linnaeus, 1758
Origem: Recifes de coral da Austrália e ilhas do Oceano índico.
Conus geographus
Linnaeus, 1758
A mais perigosa de todas as espécies, habita o Mar Vermelho, Oceano Índico e partes do Pacífico até o Japão.
Linnaeus, 1758
Origem: Mar vermelho, Costa da África Oriental, ilhas do Oceano Índico, Austrália, Nova Zelândia, Hawaii e Polinésia Francesa.
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